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Inteligência Artificial leva indústria a um novo patamar

Apesar dos desafios, adoção da Inteligência Artificial será uma grande impulsionadora da produtividade na indústria

Por: Pedro Okuhara      Exclusiva 30/01/2023

Acreditamos que em um futuro próximo, teremos fábricas totalmente inteligentes que integrarão os mundos físico e virtual, onde a cadeia de suprimentos e os processos industriais serão otimizados automaticamente, tornando-se autoconfiguráveis pelo uso de Inteligência Artificial (IA), realizando tarefas com base em fluxos de trabalho complexos.

Segundo estudo da FutureBridge Analysis, a base instalada de máquinas com capacidade de Inteligência Artificial no setor de manufatura industrial deve chegar a 16 milhões de unidades até 2024. Essa base será o alicerce da produção inteligente, princípio caracterizado pela automação industrial através de máquinas e componentes inteligentes, como elementos básicos dos sistemas de aquisição e controle de dados. Estes permitem transformar valores quantitativos ou qualitativos, como grandezas físicas (temperatura, posição, pressão etc.) em dados que serão transformados em informação, fornecendo insights inteligentes.

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Em uma linha de produção com IA, sensores permitem que os robôs interajam e se adaptem por meio de aprendizado de máquina (machine Learning) a diferentes necessidades, de forma a melhorar seu desempenho, atendendo a requisitos de mercado ou modificações baseadas nas demandas do cliente.

Inteligência Artificial na indústria

O relatório da consultoria Deloitte “State of IA on the Enterprise” aponta que 74% das empresas ainda estão no estágio de experimentação de soluções de IA com foco na modernização, com programas piloto isolados e provas de conceito, mas sem uma visão clara de como todas as peças se encaixam. Por outro lado, apenas 26% das empresas estão focadas em implementar projetos de alto impacto em escala, que é um dos principais pontos onde a Inteligência Artificial pode criar valor real.


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Mas mesmo testes isolados têm apresentado resultados impressionantes, como o desenvolvimento de uma solução de correção de erros para máquinas de corte CNC. A Inteligência Artificial estima os erros induzidos pelas forças de usinagem durante as constantes mudanças, ou a diferença entre a posição atual da máquina de corte e o valor e comando, permitindo uma automática correção mesmo durante a usinagem dinâmica.

Além disso, os níveis de confiabilidade das inferências de erro da IA são indexadas para garantir que a correção de erros seja realizada apenas se o nível de confiança for considerado adequadamente alto. Os testes confirmaram que a precisão da usinagem é otimizada em 51% em comparação com o uso de correção de erros não suportada por IA.

Parcerias reduzem tempo de adoção

Acreditamos que no Brasil a adoção da Inteligência Artificial será um processo mais demorado, por conta do alto investimento e das barreiras iniciais que algumas empresas ainda imaginam existir. Mas diversas tecnologias e soluções já estão sendo adotadas e entregando ótimos resultados na melhoria de processos, eficiência energética e na assertividade da tomada de decisões por meio de análises mais proativas, preditivas e capazes de ver padrões em fontes cada vez mais complexas em diversas indústrias, muitas vezes com a parceria de startups e do meio acadêmico.

Temos um longo caminho pela frente, mas, ao final, o poder da Inteligência Artificial e a entrega de capacidade preditiva que, inclusive, será amplamente aproveitada em estratégias de manutenção, certamente serão grandes impulsionadores da produtividade e eficiência em todos os setores industriais.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Pedro Okuhara

Especialista de Produtos e Aplicação da Mitsubishi Electric