A Filosofia e a Matemática são o centro de um debate curioso: se os números não podem ser tocados, eles realmente existem ou são meras invenções humanas? Para os filósofos, números são “objetos abstratos”. Já com os matemáticos, a importância do sistema de algarismos é tão concreta que dúvidas deste tipo sequer deveriam vir à tona. E não há por que discordar, especialmente porque números se refletem em dados.
Na indicação de uma dieta para ganhar condicionamento físico; na elaboração de móveis planejados para uma sala pequena; na criação de políticas públicas após o Censo Demográfico... eles estão lá. Dados são, na verdade, o ponto de partida para qualquer estratégia de impacto nos negócios.
É aí que entra a Cultura de Dados e Fatos (ou Data-Driven Culture), trazendo um mindset transformador. Afinal, em vez de meros insights, as análises ficam com o protagonismo nas tomadas de decisões. Na prática, uma revolução gerencial, que pode significar, a sobrevivência ou não de um empreendimento no seu mercado.
Em tempos de Big Data – isto é, da avalanche de informações que os sistemas tradicionais não conseguem gerenciar –, é preciso contar com Inteligência Artificial (IA) para conectar pessoas e coletar dados; com Sistemas em Nuvem para armazená-los; e, ainda, com analistas para examiná-los.
A Harvard Business Review (HBR) já destacou, aliás, que organizações que fazem tudo isso estão longe de ser excepcionais. Elas, na realidade, fazem o essencial.
“Sendo assim”, você se pergunta, “basta investir em tecnologia, acumular informações, filtrar os critérios mais importantes e estudar os resultados? ”. A resposta é não. Um levantamento da NewVantage Partners, publicado em fevereiro deste ano, aponta que mais de 90% dos entrevistados pretendem injetar recursos em data analysis. Por outro lado, praticamente a mesma porcentagem alega que uma grande barreira são posturas resistentes.
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Uma cultura data-driven, portanto, não é apenas sobre dispositivos digitais. É sobre desafios humanos.
Em 2021, a CB Insights analisou o histórico de 110 startups e descobriu os 12 principais motivos para a falência delas. A falta de capital foi determinante para 38% dos casos, mas outros problemas também despontaram, como a falta de demanda no mercado (35%), a perda da competitividade (20%), o desequilíbrio no timing de produtos (10%) e a baixa qualidade deles (10%).
Portanto, é possível dizer que uma Cultura de Dados e Fatos efetiva faz toda a diferença na gestão das empresas. E aliás, o elemento data-driven já é tratado por especialistas como um dos grandes ativos para qualquer negócio.
Mas é preciso democratizar e compartilhar essas informações. Isto é, devemos permitir que sejam acessíveis a todas as equipes envolvidas no negócio ou em determinada missão estratégica. Só assim, serão convertidas em sucesso.
Pesquisa da McKinsey apontou, já em 2016, que empresas aliadas à Cultura de Dados e Fatos tinham 19 vezes mais chances de se manterem lucrativas em comparação às demais. Agora, a mesma organização crava que estratégias de mercado baseadas em data analysis serão imperativas em 2025.
A chamada Era da Personalização é um bom exemplo do que já acontece no nosso dia a dia. Quem compra um celular por exemplo, será apresentado a soluções relacionadas ao aparelho quase que imediatamente após a aquisição.
Da mesma forma, ao pesquisar sobre a turnê da sua banda favorita, o internauta passará a ver matérias selecionadas e atualizadas sobre ela.
Com essas atividades, as empresas estão dizendo a seus públicos: “Conhecemos você! E não se preocupe: o que mais deseja estará ao seu alcance, sem esforço”.
Segundo pesquisa da Deloitte, essa “mensagem” é certeira. Isso porque 80% dos consumidores tendem a comprar de empresas com experiências personalizáveis. O desafio, agora, não é simplesmente atender necessidades – é oferecer experiências que só informações robustas e bem utilizadas conseguem fomentar.
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