Há seis anos, a empresa de consultoria americana McKinsey publicou um relatório de pesquisa intitulado The Internet of Things: Mapping the value beyond the hype. O estudo buscou mapear o valor econômico potencial da IoT até 2025, bem como os desafios da Internet of Things (Internet das Coisas) em toda a economia global.
Em novembro de 2021, a empresa publicou um novo relatório, só que dessa vez intitulado The Internet of Things: Catching up to an accelerating opportunity. Neste estudo, o grupo mostrou quanto do potencial econômico foi capturado até então e qual é a capacidade de evolução de IoT para os próximos anos.
Neste post, explicaremos quais eram as expectativas para o grupo McKinsey em 2015 e o que a empresa de consultoria americana espera em relação ao grau de relevância e valor econômico da IoT até o ano de 2030. Também mostraremos o que as empresas da indústria 4.0 precisam fazer para aproveitar todas as potencialidades da IIoT.
A Internet das Coisas: mapeando o valor além do hype
Segundo o relatório de 2015, o grupo Mckinsey estimava que a IoT teria um impacto econômico potencial total entre US$ 3,9 trilhões e US$ 11,1 trilhões por ano até 2025.
Dos nove setores onde o valor poderia acumular, a gestão de operações e manutenção preventiva representaria cerca de US$ 3,7 trilhões, a saúde e a segurança, US$ 1,7 trilhão, e o monitoramento e gerenciamento de doenças, US$ 1,6 trilhão.
O departamento responsável pelo relacionamento com o cliente poderia acumular US$ 1,2 trilhão, enquanto logística e veículos autônomos, US$ 0,9 trilhão. Desenvolvimento de aplicativos e sites somariam US$ 0,9 trilhão, a manutenção de veículos US$ 0,7 trilhão e gestão de energia e segurança, US$ 0,3 trilhão. Monitoramento de trabalhadores e treinamentos concentrariam US$ 0,2 trilhão.
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Ainda no relatório, o grupo apontou que os aplicativos B2B provavelmente ganhariam mais valor do que os B2C, representando quase 70%. E que as economias em desenvolvimento poderiam gerar quase 40% do valor econômico potencial da IoT até 2025.
Para as empresas lidarem com os impactos da pandemia e as transformações no mercado IoT, seria necessário investimentos em inovação tecnológica e modelos de negócios. Também em mobilidade, capacitação de equipe e até contratação de novos talentos.
Valor de IoT definido para acelerar até 2030: onde e como capturá-lo
A última pesquisa realizada pela Mckinsey mostrou que o mercado de IoT cresceu, mas não tanto quanto o grupo esperava em 2015. A disseminação do vírus SARS-CoV-2, que causa COVID-19 e resultou na pandemia, foi uma das causas para esse atraso.
Descobriram então que, até 2030, o cenário fabril será detentor da maior quantidade de valor econômico potencial da IoT. Ele pode gerar entre US$ 1,4 trilhão e US$ 3,3 trilhões, ou seja, 26% do total. O maior potencial de criação nesse cenário será otimizar as operações na manufatura, bem como gestão de ativos e pessoas.
O cenário de saúde humana assumirá a segunda colocação, com praticamente 10 a 14% do valor econômico estimado. Representará, assim, de US$ 0,5 trilhão a US$ 1,8 trilhão até 2030. Nesse caso, o valor de IoT envolve aplicações que são implantadas e afetam o corpo humano.
A otimização de operação e produtividade humana podem incluir cerca de 56% do valor econômico de IoT. Enquanto a saúde e condições baseadas em manutenção estão estimadas em torno de 15 e 12%, respectivamente.
Para o cenário envolvendo máquinas e veículos autônomos, que incluem automação de condução parcial ou autonomia de dois níveis, o esperado é de 37% entre 2020 e 2030. E a aplicação de sistemas de segurança nos veículos contribuirá com cerca de US$ 130 bilhões a US$ 140 bilhões para o valor potencial até 2030.
Os aplicativos B2B deterão maior valor de IoT, com até 65% do valor econômico potencial (cerca de US$ 3,4 trilhões no cenário low-end e US$ 8,1 trilhões no cenário high-end). No entanto, as aplicações B2C não ficarão para trás e também vão crescer, já que os consumidores estão buscando cada vez mais soluções de automação residencial.
Por que as expectativas relacionadas ao valor econômico potencial da IoT mudaram?
Além do crescimento do PIB e preços do petróleo, que são influentes para a IoT, existem outros fatores que exerceram influência no mercado de Internet das Coisas, tais como:
- Receptividade: as pessoas enxergam maior valor na implantação da IoT, pois a tecnologia passou a ser um dos principais facilitadores da transformação digital e dos impulsos de sustentabilidade na Indústria 4.0.
- Aplicabilidade: para a grande maioria dos casos, já existe tecnologia acessível que permite a implantação de IoT em escala. Isso possibilitou análises avançadas e aprendizado de ativos que proporcionam insights rápidos e tomadas de decisões praticamente instantâneas.
- 5G: as redes 5G estão sendo implantadas mais rapidamente, o que proporciona uma ampla gama de opções de conectividade que podem atender os requisitos no uso da IoT na Indústria 4.0.
Como escalar a IoT na indústria?
De acordo com o grupo Mckinsey, as empresas que tiveram sucesso na hora de escalar a IoT seguiram os seguintes passos:
- Definir o dono da IoT: A melhor forma de superar os desafios da Indústria 4.0 e manter a empresa funcionando é por meio do controle. As organizações que conseguiram potencializar o uso da IoT começaram escolhendo um proprietário responsável por monitorar redes, funções e sistemas.
- Planejamento desde o início: A escala de IoT deve ser fundamentada nas metas e objetivos da empresa. Assim sendo, para assegurar que a implantação e o uso da IIoT serão feitos com base nesses fundamentos, a indústria precisa fazer um planejamento estratégico desde o início.
- Não tenha medo de arriscar: A implantação de vários casos de IoT, ao mesmo tempo, pode obrigar a empresa a transformar modelos operacionais, fluxos de trabalho e processos. Mas isso não é ruim. Mudanças tendem a aumentar a competitividade na indústria e, inclusive, garantem um diferencial.
- Investimento em talento técnico: Implantações de IoT exigem conhecimento e profissionais que falam a língua técnica. Ou seja, é preciso fazer novas contratações e investir na qualificação do time interno caso o objetivo da indústria seja potencializar o uso da IIoT.
- Envolva toda a organização, não apenas a TI: As pessoas geralmente pensam que implantações de IoT são projetos que favorecem apenas o departamento de TI. Quando, na verdade, beneficiam toda a empresa. Se a indústria quer desbloquear o potencial da IIoT, precisa mudar o mindset e envolver setores, colaboradores e até a diretoria.
- Aposte em soluções integradas: A IoT possui um ecossistema fragmentado. Para ter sucesso na escala da IoT, as empresas da Indústria 4.0 devem buscar fornecedores que possibilitem a integração de diferentes máquinas, soluções e provedores.
- Prepare o ambiente: As empresas devem possuir infraestrutura para construir e controlar todo o ecossistema de IIoT. Não só isso, garantir a segurança cibernética da rede e dos ativos conectados.
Certamente, o mercado de IoT continuará crescendo. Isso significa que as empresas da Indústria 4.0 precisam adaptar seus negócios, mindset e fluxo de trabalho o quanto antes para acompanhar a transformação digital. Também para sobressair perante o cenário competitivo.
*Artigo publicado originalmente no Blog da ABII.
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