Há mais de um século que o futuro da robotização e a relação das máquinas com os seres humanos são tópicos de discussão e especulação. Há pouco tempo, um estudo internacional realizado pela empresa de consultoria empresarial McKinsey Global indicou que as máquinas fundamentadas em Inteligência Artificial (AI) estão progressivamente substituindo funcionários humanos. Segundo o levantamento, até 2030, 800 milhões de pessoas perderão o emprego para os robôs. Mas será que essas previsões estão corretas? Talvez as mudanças geradas pela robotização impulsionem outras transformações no mercado e gerem novas oportunidades de negócios. O foco precisa mudar e acompanhar a transformação digital.
Para adentrarmos no assunto, é preciso ressaltar que, ao contrário do que as pessoas acreditam, quando falamos em robotização não estamos falando apenas de robôs. Trata-se da automação de processos, de hiperautomação, que de acordo com o Gartner, é uma abordagem que viabiliza às empresas identificar, analisar e automatizar o máximo de processos possíveis fazendo uso não apenas do Robotic Process Automation (RPA) e da Inteligência Artificial (AI), como também das Plataformas de Aplicativos de Low Code (LCAP) e dos assistentes virtuais.
Acredito que o futuro da robotização é uma revolução nos escritórios e nas tarefas manuais que são executadas nas funções administrativas e gerenciais e que não estão ligadas diretamente ao chão de fábrica, à indústria, ou à produção.
Um estudo global da PwC apontou que mais de 40% das atividades profissionais realizadas por humanos poderiam ser automatizadas. Ao meu ver, o destino é que, de fato, todos esses encargos sejam automatizados.
Embora muitos especialistas acreditem que o mercado de RPA será reduzido nos próximos anos porque os mega vendors e os ERPs serão capazes de resolver todos os gaps existentes nos processos das empresas, o mais provável é que o setor expanda-se, pois quando junta-se o custo de licença, de execução, criação e infraestrutura, os gastos com os atuais líderes do mercado tornam-se extremamente altos e inviáveis para pequenas e médias organizações, que precisam de automação e dispõem de capacidade de investimento menor do que as grandes companhias.
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Ademais, existem muitos problemas regionais que as empresas multinacionais não conseguem atender e que podem ser resolvidos com o RPA e com a hiperautomação, que além de viabilizar uma perspectiva holística por possibilitar a visão de ponta a ponta dos processos, sempre será uma solução mais rápida, que entrega um ROI melhor e um prazo menor.
Outro ponto que fortifica a minha visão sobre a futura exploração com soluções de automação de baixo custo no segmento de empresas de micro, pequeno e médio porte, é que em um cenário no qual ser digital é entregar para o cliente a experiência que ele deseja no tempo que ele tenciona, o Gartner aponta que apenas 2% do middle market tem iniciativas de automação de processos.
Além disso, a robotização, que é alinhada com a necessidade das empresas de crescer rapidamente e entregar uma experiência digital diferenciada, vem para otimizar procedimentos que são muito manuais, integrar soluções e, ao contrário do que se pensa por aí, gerar novas oportunidades de trabalho.
Na contramão da crença popular, as máquinas vão ser fomentadoras de mudanças positivas no mercado. Além de liberar profissionais de tarefas repetitivas e burocráticas para exercerem atividades inovadoras, criativas e estratégicas, a robotização também será responsável por trazer pessoas que estavam desempregadas para uma nova oportunidade de ofício.
E, se você está se perguntando como isso é possível, vou te dizer que é simples. Atualmente, existem empresas que treinam pessoas para robotizar processos. Os profissionais deixam de ser indivíduos que efetuam processos manualmente para ser pessoas que constroem as automações.
Assim, o nosso cenário é: as empresas precisam se transformar, se automatizar e, muito provavelmente, nenhum ERP vai conseguir resolver todos os problemas que as companhias têm. Portanto, o futuro da robotização consiste em empresas que combinarão tecnologias Core, ERP, CRM, plataformas de e-commerce, plataformas de pagamento, WMS, de logística, entre outras, para otimizar processos, aumentar produtividade, entregar experiências digitais que os clientes esperam que aconteçam e dispor de equipes mais motivadas, criativas e focadas em inovação.
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