A prevenção é sempre o melhor remédio. Isso vale tanto para a saúde humana como para a saúde das indústrias de manufatura, de mineração e de outros segmentos. Os fatos têm demonstrado que as pessoas que durante anos mantiveram bons hábitos alimentares e de estilo de vida ficaram mais saudáveis e, portanto, com melhores condições físicas para enfrentar doenças e se curar delas, como o que está acontecendo com as que contraíram o covid-19 e conseguiram se recuperar. Usando esse mesmo raciocínio para as empresas, aquelas que investiram e implementaram as tecnologias da Indústria 4.0 como a Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA), entre outras, certamente estão conseguindo enfrentar melhor esse momento de crise que afeta de forma brutal o mundo todo em comparação às que ainda não iniciaram a transformação digital.
Devido à pandemia, foi decretada quarentena em várias cidades do Brasil e do mundo, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde de isolamento social como forma de conter o contágio e o avanço dessa doença. E muitas indústrias teriam como atender a essa orientação, reduzindo a quantidade de funcionários no chão de fábrica e nos ambientes de risco se estivessem utilizando IoT e IA porque, como estas soluções estão na nuvem, permitem gerenciar as operações a distância, sem comprometer de forma importante a produção. Um gestor, por exemplo, teria como, sem sair da sua casa, monitorar a área de produção e orientar os poucos operadores que estariam trabalhando no chão de fábrica a alterar parâmetros de produção, de velocidade de linha, velocidade de máquina, entre outras tarefas para aumentar a eficiência. Os próprios sistemas, usando Inteligência Artificial, iriam sugerir essas alterações. Claro que numa indústria sempre haverá necessidade da presença física das pessoas, por maior que seja o nível de automação porque a experiência e o conhecimento desses profissionais permitem melhorar o processo de fabricação ao vivo.
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Especificamente na área de mineração, o emprego das IoT e IA é ainda mais fundamental porque não apenas as minas que estão em operação, como também e inclusive as que estão em processo de descomissionamento ou foram descomissionadas (desativadas) precisam ser constantemente monitoradas. As empresas mineradoras que já utilizam a solução da sensemetrics, por exemplo, têm a vantagem de monitorar todas essas operações remotamente. O gestor pode, sem sair de casa, do centro de controle de seu dispositivo móvel, saber em tempo real tudo o que está acontecendo em campo. Mas é preciso cuidado. Há várias ferramentas no mercado que se dizem IoT, mas que na verdade se restringem a importar dos sensores os arquivos Excel ou em outro formato e a fazer gráficos com aqueles dados. O diferencial de uma solução que é realmente IoT é a capacidade de fazer o gerenciamento em tempo real, ou seja, de verificar se o datalogger e os sensores estão funcionando, modificar tempos de amostragem, solicitar medição imediata, atualizar os sensores se for necessário sem haver a necessidade de um operador ir fisicamente no local para constatar, protegendo vidas.
No caso da mina que chega ao final da sua vida econômica e se inicia o processo de descomissionamento (reclamation), que na prática significa encerrar as operações de mineração e deixar aquela área o mais próximo possível da natureza original, com o plantio de árvores, etc., mesmo assim, por ser uma estrutura instável, tem que ser monitorada durante muitos anos. Hoje há inúmeras áreas mineradoras fechadas pelo mundo que têm monitoramento precário. O diferencial de uma plataforma genuína de IoT é o de viabilizar a paralisação da operação, a retirada de pessoas daquele local e ainda assim manter o nível de segurança e de monitoramento desejados e demandados por leis.
É imprescindível que as empresas percebam o valor dessas tecnologias. O coronavírus não é o primeiro vírus nem será o último a afetar a humanidade e depois desse turbilhão, certamente a vida voltará ao normal. Mas é bom ter em mente que sempre haverá momentos de crise causados por enfermidades, catástrofes naturais, guerras e outros fatores, e é importante que as indústrias consigam se prevenir para enfrentá-los, preservando a produção, os empregos e a sua saúde financeira. E essa prevenção se faz com tecnologia.
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