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IA industrial: Maioria dos executivos de manufatura a considera crucial para competitividade, revela Aveva

O Índice de Inteligência Industrial 2024 da Aveva mostra como tecnologias emergentes transformam cadeias de valor e promovem resiliência na manufatura diante de desafios climáticos, econômicos e da cadeia de suprimentos

Por: Karina Pizzini/ Especial CIMM e Ind4.0      Exclusiva 04/07/2024 

Em um cenário global de rápidas transformações e desafios significativos, o mais recente relatório da Aveva lança luz sobre a complexa rede de mudanças que moldam a indústria contemporânea. O Relatório do Índice de Inteligência Industrial (III) 2024 da Aveva, divulgado em junho, aborda os desafios globais enfrentados pelas indústrias, incluindo mudanças climáticas, transição energética e urbanização rápida. O estudo destaca como as novas tecnologias, como gêmeos digitais e ecossistemas digitais abertos, estão sendo aproveitadas para melhorar a eficiência, reduzir desperdícios e promover a sustentabilidade. 

O Relatório do Índice de Inteligência Industrial (III) 2024 oferece insights a partir da escuta de 500 executivos influentes de quatro continentes, abrangendo os setores de energia, infraestrutura, manufatura e produtos químicos.

Segundo Caspar Herzberg, CEO da Aveva, nosso mundo enfrenta uma série de desafios significativos, incluindo a mudança climática, a rápida urbanização, a transição energética e mudanças econômicas globais. Já ultrapassamos a meta climática de 1,5 grau estabelecida pelos Acordos de Paris, o que tem provocado alterações normativas e disrupções em escala global. O setor energético está passando por uma transição acelerada, com a introdução de novas tecnologias e fontes de energia, reconfigurando o poder no fornecimento de energia e impactando as cadeias de suprimentos. Demograficamente, estamos testemunhando uma mudança significativa, diz ele: as populações estão diminuindo na Europa, América do Norte e China, enquanto mais de 1 bilhão de pessoas na Ásia e na África ingressarão na força de trabalho, migrando para centros urbanos globais como Lagos e Manila.


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“Com novas alianças sendo forjadas e novas pressões sobre as cadeias de suprimentos globais, as indústrias precisam de uma perspectiva mais clara do que nunca sobre todas as variáveis em suas cadeias de valor, para permanecer resilientes e ágeis diante de mudanças sistêmicas”, escreveu Herzberg no relatório. “Neste contexto, a digitalização e a IA oferecem capacidades poderosas para transitar as indústrias de sistemas intensivos em recursos e de baixa tecnologia para indústrias de alta tecnologia e alto valor”.

As indústrias líderes estão aproveitando os benefícios dos gêmeos digitais impulsionados por IA e ecossistemas digitais abertos para melhorar percepções orientadas por dados, colaboração radical e eficiência operacional, resultando em inovação, redução de desperdício e economia de custos significativas no mundo real, unificando informações globalmente para otimizar produção e entrega em grande escala na era do desempenho inteligente, de acordo com Herzberg.

“Desde infraestrutura, incluindo cidades inteligentes, até a indústria química, com seu foco crescente em circularidade e sustentabilidade, o setor de energia, com seu impulso em direção à tecnologia de fronteira verde, e a manufatura com sua mudança para a produção de bens sob demanda - as indústrias estão abraçando a inteligência industrial centrada em dados”, diz o CEO.

Inteligência na indústria de manufatura

De acordo com o relatório da Aveva, após mais de 18 meses de contração, a indústria global de manufatura está acelerando seu ritmo mais rápido desde junho de 2022. A pesquisa destaca que fabricantes ainda enfrentam desafios persistentes como escassez de talentos, problemas na cadeia de suprimentos e a necessidade urgente de alcançar metas de neutralidade de carbono, além de obstáculos tradicionais como restrições orçamentárias e aumento de custos.

Na pesquisa recente com executivos da indústria, diversos desafios críticos foram identificados para o setor de produção em 2024. Mais da metade dos entrevistados do segmento (52%) apontou que as restrições orçamentais representam um obstáculo significativo para suas organizações este ano. Além disso, 58% dos entrevistados destacaram a necessidade urgente de novas tecnologias para capacitar suas equipes, evidenciando a demanda por inovação no ambiente de trabalho.

A pressão para acelerar os esforços de descarbonização também é uma realidade para 45% dos executivos, refletindo um compromisso crescente com práticas sustentáveis. No entanto, 46% citam a velocidade das regulamentações como uma barreira substancial para alcançar metas de descarbonização e sustentabilidade, o que dificulta o cumprimento dos requisitos regulatórios.

A pesquisa revela que a adoção de tecnologias digitais é vista como fundamental para impulsionar a agenda de sustentabilidade das empresas. Impressionantes 93% dos entrevistados concordam que suas organizações não conseguirão acelerar suas metas de sustentabilidade sem aproveitar o poder das tecnologias digitais.

Outro aspecto crítico destacado pelos líderes é a falta de acesso a dados confiáveis e insights em tempo real para tomada de decisões estratégicas. Cerca de 53% reconhecem que suas organizações frequentemente tomam decisões importantes sem acesso adequado a dados confiáveis. Além disso, desafios relacionados à colaboração eficiente (51%) e à falta de visibilidade ao longo do ciclo de vida do produto (42%) são citados como obstáculos para maximizar a eficiência e o impacto organizacional.

A pesquisa também revela um consenso entre os executivos da indústria de manufatura: 97% deles concordam que soluções de inteligência artificial industrial são agora mais necessárias do que nunca para manter a competitividade no atual cenário de negócios desafiador. Para 74% dos líderes industriais, investir em tecnologias de inteligência industrial será uma prioridade nos próximos 12 meses. Os benefícios percebidos incluem a otimização de operações, planejamento e programação (50%), melhoria na visualização de dados e relatórios (50%), capacidade de detectar e diagnosticar erros rapidamente (49%), redução dos ciclos de produção (45%) e aumento da eficiência da engenharia (44%). 

"Em todo o mundo, os líderes de manufatura estão sob pressão para aumentar a produção, impulsionar a eficiência e adotar novos processos circulares e sustentáveis. À medida que os preços das matérias-primas aumentam e a interrupção das cadeias de suprimentos continua, o sucesso exige inovação constante, tanto para produzir mais com menos quanto para desenvolver abordagens totalmente novas para processos estabelecidos. Enquanto a demanda está crescendo, a necessidade de trazer novos trabalhadores qualificados e a internalização do fornecimento estão mudando a dinâmica de produção e os ciclos de vendas em todo o setor. A digitalização pode apoiar essa transição da força de trabalho, engajar a próxima geração de inovadores e ajudar os fabricantes a equilibrar oferta e demanda em escala. No entanto, prioridades e demandas diferem por região (...)”, comenta Naveen Kumar, líder do segmento industrial de manufatura da Aveva.

Manufatura inteligente pelo mundo

Globalmente, a indústria de transformação enfrenta desafios distintos em diferentes regiões. Na Europa, os altos custos energéticos e a demanda fraca estão contribuindo para uma estagnação, enquanto a instabilidade geopolítica continua a perturbar as cadeias de abastecimento. Apesar disso, segundo a Aveva, há um movimento em direção à melhoria da eficiência através de infraestruturas de dados mais robustas, visando aumentar a visibilidade e a resiliência.

Nos Estados Unidos, após um ano de estagnação em 2023, a indústria de transformação está começando a se recuperar com o aumento dos preços das matérias-primas, embora enfrentando desafios com escassez de mão-de-obra qualificada e disrupções na cadeia de suprimentos, diz o relatório. A digitalização e a adoção de práticas de fabricação inteligente são vistas como cruciais para melhorar eficiências operacionais e alcançar objetivos de sustentabilidade, posicionando as empresas para competir globalmente.

Na Ásia-Pacífico, apesar de uma leve contração em 2023, o setor industrial está se recuperando devido à demanda robusta por bens de consumo, especialmente em economias como China, Japão, Coreia do Sul e Taiwan, com mercados emergentes como Indonésia e Singapura também contribuindo. Prevê-se que a região tenha o crescimento industrial mais rápido do mundo em 2024, impulsionado pela expansão dos mercados consumidores e pela crescente demanda por eletrônicos e veículos elétricos.

A pesquisa

A pesquisa da AVEVA, conduzida pela Wakefield Research, entrevistou 500 executivos de alto escalão em diversas regiões globais (América do Norte, Europa, Oriente Médio e Austrália), com foco em indústrias como Energia, Produtos Químicos, Manufatura e Infraestrutura. Todos os participantes ocupavam cargos de Níveis C ou VP+ nas áreas de Engenharia/TI e Operações, em empresas com receita anual mínima de $50 milhões de dólares. Realizada no primeiro trimestre de 2024, a pesquisa utilizou convites por e-mail e respostas online. Os resultados possuem uma margem de erro de aproximadamente 4,4 pontos percentuais para a Amostra Total, garantindo um nível de confiança de 95%.

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

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