Primeira vez: Indtechs brasileiras participam de programa de inovação espanhola
Em sua oitava edição, esta é a primeira vez que o BIND4.0 seleciona indtechs brasileiras; As três selecionadas participaram do BiG2023 no primeiro semestre deste ano.
Em sua oitava edição, esta é a primeira vez que o BIND4.0 seleciona indtechs brasileiras; As três selecionadas participaram do BiG2023 no primeiro semestre deste ano.
Nesta semana, três indtechs brasileiras, que participaram do programa de internacionalização de indtechs BiG2023 | Brazilian Indtechs in Germany, apresentaram suas soluções inovadoras para a indústria 4.0 no Basque Open Industry, um evento multidisciplinar que destaca a maturidade do ecossistema de manufatura no País Basco, no Norte da Espanha. A participação das indtechs é parte do cronograma de atividades do Programa de Inovação Aberta e Aceleração BIND 4.0, uma iniciativa público-privada da Espanha, que teve, pela primeira vez, três indtechs brasileiras entre as selecionadas.
De um total de 777 inscrições, o BIND 4.0 selecionou 77 startups, sendo 40 de fora da Espanha. Na sua oitava edição, o programa selecionou, pela primeira vez, indtechs brasileiras, sendo elas: Hedro Sistemas Inteligentes, Digimet Solutions e Infinite Foundry. Coincidentemente, ou não, as três estavam entre as dez participantes do programa de internacionalização BiG2023.
Em live promovida pela Findeslab, responsável pela divulgação do BIND4.0 no Brasil, em parceria com o Programa de Diplomacia da Inovação do Itamaraty, o Chefe do Setor de Promoção Tecnológica e Comercial do Consulado do Brasil em Barcelona, Luis Fernando Corrêa da Silva Machado, explicou que parte do papel do Consulado é promover a imagem do Brasil como uma nação inovadora.
“Ainda existem muitos estereótipos negativos em relação à capacidade brasileira no setor de tecnologia inovadora e isso acaba repercutindo para a formação de parcerias, para exportação de produtos e na atração de investimentos”, comenta. “Nosso trabalho é também aumentar o engajamento dos agentes dos ecossistemas brasileiros nesse processo de internacionalização”.
Continua depois da publicidade |
Cássio Barbosa, fundador da Hedro, indtech que desenvolve soluções tecnológicas com sensores sem fio para integração de sistemas e coleta de dados, conta como foi o processo para participar do programa, que permitiu à empresa se conectar com três indústrias espanholas.
“O processo de seleção se inicia com o preenchimento de formulário extenso sobre a nossa empresa, produtos e ofertas de valor. Após uma primeira seleção classificatória, passamos por uma espécie de ‘pitch day’, onde tivemos 5 minutos para apresentar nossas indtechs para as mais de 70 indústrias participantes”, explica Barbosa. “Após essa apresentação [on-line], as indústrias manifestaram interesse em continuar conectadas com determinadas startups e a Hedro foi uma delas”.
Para a Infinite Foundry, indtech luso-brasileira que oferece uma plataforma de planta digital 3D, a seleção no BIND4.0 não só abre portas para o mercado espanhol, do qual flertam a partir do seu time em Portugal, como faz parte de uma estratégia da indtech.
“Através do BIND conseguimos acessar uma empresa espanhola de estamparia bem importante e a ideia é que a gente também consiga consolidar um pouco desse mercado, além de conseguir entender algumas coisas sobre ele. Nós também já estivemos em Valença, em outro programa de inovação da região. Então, nossa ideia é justamente usar esses programas de aceleração para conseguir, através do nosso time de Portugal, acessar mais o mercado espanhol, que é relativamente maior do que o português e que faz bastante sentido para nós [em termos de indústria e tecnologia]”, conta Bruno Eisinger, cofundador da indtech.
As startups envolvidas não apenas se dedicarão a projetos colaborativos com clientes referência, mas também terão acesso ao premiado suporte de aceleração do BIND 4.0. O programa oferece treinamentos, encontros com investidores, sessões detalhadas, espaços de trabalho gratuitos e mentoria individual para cada participante.
O BIND 4.0 é uma plataforma de inovação aberta, resultado de uma iniciativa público-privada, promovendo parcerias entre startups disruptivas e empresas inovadoras. Oferece três programas principais - aceleração de startups, conexão com PMEs do País Basco e GovTech - focados na transformação digital em tecnologia, energia limpa, saúde e alimentação. O programa foi concebido e financiado pelo Governo Basco e pelo Departamento de Desenvolvimento Econômico, Sustentabilidade e Ambiente através da agência de desenvolvimento empresarial SPRI Group. em colaboração com as principais empresas industriais da região.
As 77 startups tiveram a oportunidade de apresentar suas soluções inovadoras no respeitado evento Basque Open Industry, um acontecimento essencial para o ecossistema industrial avançado local que ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro, em Bilbao, capital do País Basco. O evento abordou estratégias para transições energéticas e digitais, soluções sustentáveis, inteligência artificial, internacionalização e talento na indústria.
Philipi P. Torres, Head of IT da Digimet Solutions, indtech fornecedora de plataforma on-line para automatizar e monitorar processos metalúrgicos, conta que a participação da indtech no evento trouxe benefícios significativos à startup, sobretudo pela oportunidade de networking.
“Conectar-se com startups, empresas inovadoras e potenciais parceiros permitiu à Digimet expandir sua rede, criando oportunidades valiosas de negócios. O evento abriu portas para atuarmos localmente no mercado espanhol”, conta. “As conexões estabelecidas durante o BIND 4.0 oferecem perspectivas promissoras para desenvolvermos parcerias e negócios na região da Espanha, especialmente na comunidade do [País] Basco, ao Norte do país”, disse Torres.
Apesar de o País Basco ser uma região pequena, com pouco mais de 2 milhões de habitantes, é altamente industrializada, apresentando diversas oportunidades à inovação de ponta produzida no Brasil. “Dentro do governo local vemos uma visão muito clara de que eles querem se posicionar como um sistema de inovação pujante, então tem todo investimento planejado para os próximos anos, uma fundação de amparo à pesquisa muito ativa, uma agência de inovação, uma rede de laboratórios muito interessante, que é algo que as startups brasileiras podem buscar para desenvolver soluções em parceria”, explica Machado, do Consulado do Brasil na Espanha.
Gostou? Então compartilhe: