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Mercopar 365: Construção de rede de inovação é vital para indtechs brasileiras

Estreantes na Mercopar, indtechs do BiG23 destacam a importância das conexões contínuas para impulsionar a inovação e os negócios na indústria, em sintonia com a recém-lançada "Mercopar 365"

Por: Karina Pizzini/ Especial CIMM e Ind4.0      Exclusiva 19/10/2023 

Durante a 32ª edição da Mercopar, a maior feira industrial da América Latina, promovida pelo Sebrae RS e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), foi anunciado o lançamento da Mercopar 365. A "feira permanente" é uma estratégia para fortalecer a sinergia entre empresas ao longo do ano, fomentando conexões e uma rede de inovação industrial e negócios em todo o país. Essa iniciativa se alinha de forma crucial com as ações vitais para as indtechs brasileiras, especialmente aquelas participantes do programa de internacionalização Brazilian Indtechs in Germany (BiG), que, desde a sua concepção, promove a construção contínua de parcerias.

“Queremos consolidar o conceito de feira permanente, tornando a Mercopar uma unidade de negócios todos os dias do ano. É uma estratégia para estarmos cada vez mais próximos e em sinergia com as demandas das empresas, e mais ágeis na articulação de soluções que sejam de valor para elas, independentemente do evento em si”, disse o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, durante a cerimônia de abertura da feira, que ocorreu na última terça-feira (17).

Entre as principais iniciativas da Mercopar 365, destacam-se as rodadas de negócios entre Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e grandes players da indústria, a realização de eventos corporativos e o desenvolvimento de pesquisas e relatórios técnicos. Dessa maneira, a Mercopar se configura não apenas como uma feira, mas também como uma comunidade e uma rede onde ideias são compartilhadas e oportunidades de negócios de valor constante são fomentadas.

A iniciativa é essencial para o fortalecimento da indústria nacional, mas não é novidade para um grupo de startups que expõe pela primeira vez no evento. 


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“Tanto feiras quanto missões são ações pontuais, no entanto percebe-se que as conexões devem acontecer de forma contínua. É por isso que, tanto a Mercopar quanto o programa BiG buscam fomentar essas conexões no dia a dia”, disse Cláudio Goldbach, idealizador do programa. “Desde a missão da Alemanha, nós já fizemos conexões, virtuais e presenciais, com a indústria do Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da contínua conexão com as indústrias e com hubs de inovação industrial na Alemanha”. 

Da necessidade a um modelo de negócio

Embora isso não seja novidade para as indtechs do BiG, iniciativas como essas facilitam um processo que pode ser penoso para um nova empresa. 

O engenheiro mecânico Eymard Barroso, cofundador da Melvin, fornecedora de software de gestão de manutenção, vem de uma experiência de trabalho com grandes empresas e, ao fundar a Melvin, se assustou com a resistência das indústrias para dialogar com uma pequena empresa. “Às vezes é difícil ser notado e ser ouvido por essas pessoas”, disse. Barroso explica que a experiência enquanto empreendedor o fez perceber a importância das conexões para fechar negócios. Por outro lado, ele conta que as portas se abrem com maior facilidade quando a empresa tem um chanceler para facilitar os encontros, a exemplo de organizações como o Sebrae ou como o programa BiG.

“E a Mercopar dá essa possibilidade, para conversar e entender a necessidade [da indústria]”, disse. “Como uma indtech, uma empresa nova, ter a possibilidade de conversar assim com empresas maiores diminui a resistência [para ser ouvido]”.

Ramon Spinassé, CEO da Actiz, empresa de digitalização de controle de qualidade da indústria, ainda trabalha para tirar maior proveito da oportunidade de expor no evento. “A feira tem potencial de agrupar todos os interessados em um só lugar, podendo se conectar com o maior número de pessoas possíveis. Em uma feira dessas você consegue o contato pessoal, o acesso, que muitas vezes não consegue por meio digital”, comentou.

Assim como Barroso, Spinassé comenta o desafio de acessar a indústria e construir conexões sem apoiadores. “Eu costumo dizer que quem pensa em construir uma indtech já entra direto para o céu”, brinca. “Acessar a indústria é muito complexo, então esse tipo de conexão se torna praticamente vital para uma startup”, ressalta o executivo. 

Em sintonia com os colegas, Renan Floriani, CRO e CIO da Digimet Solutions, plataforma on-line para automatizar e monitorar processos metalúrgicos, lembra da máxima de ser visto para ser lembrado, mas, sobretudo, sobre ser visto para se conectar. “Ser visto possibilita conexões e é nítido nesses eventos como essas conexões vão sendo ampliadas", disse Floriani. “É uma aposta estar aqui para saber quais são os valores que esse tipo de evento pode entregar”.

Na Hedro Sistemas Inteligentes a conexão vai ainda mais além. “Nosso modelo de negócio é baseado em colaboração”, disse Cássio Barbosa, fundador da startup que desenvolve soluções tecnológicas com sensores sem fio para integração de sistemas e coleta de dados. Barbosa explica que a indtech se propõe a fornecer tecnologia para outros fornecedores e startups, para que elas possam vender suas soluções a partir de uma tecnologia brasileira. A prova disso, segundo Barbosa, é que a empresa não possui uma operação de vendas, e sim de relacionamento. Também pela primeira vez como expositor, Barbosa conta que veio a Caxias do Sul devido à oportunidade que lhe foi dada, assim como foi com o BiG. “São elas [as oportunidades] que nos possibilitam fazer conexões e inovação".

Floriani, da Digimet, lembra de como o programa BiG tem ampliado essas conexões, que vão do compartilhamento de conhecimento, estratégias e até clientes - “sem interesses financeiros”, destaca. Ele conta que 6 indtechs das 10 participantes do BiG, que possuem uma sinergia de atuação no mercado com a Digimet, seguem em contato e, inclusive, trocaram suas listas de clientes ampliando as possibilidades de negócios e também fomentando a inovação da indústria a partir de parcerias.

“Usamos o networking para conectar mais pessoas e ampliar os negócios”, disse Floriani. Iniciativa que fomenta não só novos negócios à Digimet, mas para uma rede inteira de empresas nacionais, promovendo a inovação de todo o ecossistema industrial brasileiro.

* Esta empresa é parceira do Grupo CIMM

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