As empresas brasileiras investiram mais na digitalização dos negócios no segundo trimestre de 2023, registrando alta de 2,8 pontos, somando 120,7 pontos, na comparação com o primeiro trimestre deste ano - apesar de uma retração, de modo pontual, na indústria.
O crescimento é atribuído, principalmente, ao contexto da queda da inflação, do desemprego e dos juros futuros. Com isso, as estratégias de transformação digital adotadas pelos empreendedores incluem implementação e/ou operação de software de gestão, de software de gerenciamento de clientes (CRM); digitalização de processos; análise de dados; vendas on-line; postagens e interação com os clientes em redes sociais.
Os resultados estão apresentados na pesquisa Sondagem sobre Transformação Digital nas Empresas Brasileiras, realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A fim de monitorar a situação corrente da transformação digital do mercado interno e as respectivas tendências para o curto e médio prazo, a pesquisa também disponibiliza individualmente os indicadores de investimentos em digitalização dos setores de Comércio, Serviços, Construção, Indústria, e das Micro e Pequenas Empresas (MPEs).
O levantamento mostra, apesar dos outros bons indicadores, que a indústria registrou uma retração de 4,9 pontos, passando de 131,2 para 126,3 pontos no segundo trimestre de 2023. Mesmo com a queda, esse setor apresenta o valor mais alto entre todos os demais listados e é o único que tem alta em relação ao mesmo período de 2022.
No ano passado, a indústria teve crescimento quase contínuo ao longo dos quatro trimestres, que foi seguido por um salto expressivo para 131,2 pontos no primeiro trimestre de 2023.
Micro e Pequenas Empresas
O segmento Empresarial MPEs, seguindo os passos do empresarial, encerrou o segundo trimestre com índices positivos na comparação com o trimestre anterior, com crescimento de 4,0 pontos, atingindo 111,0 pontos. O número é relevante, ainda que habitualmente registre elevação mais tímida quando comparado aos dados das empresas no geral. Em relação ao segundo trimestre de 2022, as MPEs mantiveram certa estabilidade, enquanto o Empresarial demonstrou uma diminuição discreta de 0,4 pontos este ano, tendo registrado 121,1 pontos no ano passado.
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Com a participação de 4 mil empresas brasileiras, mais de 24% delas relataram um aumento nos investimentos em digitalização. Esse é o segundo maior valor desde o início da realização da Sondagem, no primeiro trimestre de 2022. Constatou-se ainda que mais de 50% mantiveram estáveis os recursos e mais de 21% disseram que não realizaram investimentos.
Entre as MPEs, 15,2% indicam que aumentaram os investimentos em digitalização. A proporção de micro e pequenas empresas que não planejam esse tipo de gasto costuma ser mais elevada do que a apresentada pelo setor Empresarial no geral, e voltou a registrar percentual superior a 30% no segundo trimestre de 2023.
Comércio e Serviço
Comércio e Serviços foram os setores responsáveis pela alta do indicador geral de investimentos em digitalização nas empresas brasileiras. Os setores demonstram um crescimento na proporção de empresas que relataram incrementos nos recursos no trimestre de referência, em 21,6% e 21,8%, respectivamente. Em contrapartida, houve um recuo na Construção de 9,7% e na Indústria de Transformação de 30,7%.
Futuros investimentos
“A digitalização tem se mostrado um fator relevante para a competitividade e sobrevivência das empresas em uma economia cada vez mais globalizada e digital. Mesmo assim, manter a constância de investimentos em recursos tecnológicos no Brasil seguirá sendo um desafio a ser perseguido”, comenta o analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Raphael Ribeiro.
Raphael chama a atenção para o fato de que, das participantes do segmento empresarial, somente 22% têm a intenção de aumentar os recursos para investir em tecnologia nos próximos três meses. Uma porcentagem relativamente baixa disse que irá reduzir os investimentos, 2,4%. Entre os negócios do segmento Empresarial MPE, apenas 12,8% têm a intenção de aumentar seus investimentos em digitalização. E as empresas que pretendem interromper os recursos somam 34,9%.
* Imagem de capa: Depositphotos
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