Há muita discussão sobre as promissoras profissões do futuro. Muitos questionam quais ficarão obsoletas e quais terão alta demanda nos próximos anos. Grande parte dos estudantes desconhece o amplo leque de ocupações e teme não estar atualizado e até mesmo preparado para os novos desafios que surgem a cada dia.
Contudo, esse processo é natural e acontece desde a primeira revolução industrial. Para acompanhar as tendências e o dinamismo do mercado de trabalho, basta estar com os olhos bem abertos para as mudanças e novidades, fomentar o debate (principalmente entre os mais jovens) e garantir a educação continuada dos profissionais da educação.
A busca pelo emprego dos sonhos começa dentro da sala de aula. De acordo com Rafael Lucchesi, Diretor Geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), os jovens precisam de oportunidade e incentivo para receber formação técnica e profissional ainda na escola. Desta forma, eles podem concluir essa etapa mais bem orientados sobre que carreira seguir e com uma ocupação que possibilita emprego e renda.
Nos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 48% dos estudantes do ensino médio fazem educação profissional. No Brasil, esse índice gira em torno de 10%. Outros dados alarmantes:
- Apenas 21% dos brasileiros de 25 a 34 anos têm diploma de ensino superior. O percentual é bem inferior à média dos países que compõem a OCDE: 44%;
- Outro dado da OCDE revela baixo índice de conclusão entre os que ingressam: 67% dos estudantes não conseguem concluir o curso no tempo previsto, em média quatro ou cinco anos;
- 44,2% dos jovens (14 a 17 anos de idade) e 31,4% entre (18 a 24 anos de idade) estão desempregados e em busca de trabalho.
Mesmo com os desafios enfrentados pelos jovens para acessar e concluir o ensino superior, há uma tradição de atrelar a escolha da profissão e preparar o estudante para a universidade. É preciso dar mais oportunidades de qualificação e garantir que eles tenham uma ocupação que abra as portas do mercado de trabalho e conceda identidade social.
Excelência do Senai
O Senai é um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo e o maior da América Latina. Desde que foi criado, em 1942, já formou mais de 78 milhões de trabalhadores para 28 áreas da indústria brasileira em cursos que vão da iniciação profissional até a graduação e pós-graduação tecnológica.
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Possui uma metodologia reconhecida pela OCDE, que consegue identificar as profissões dos próximos 5 a 10 anos, o perfil e as habilidades do futuro. A cada quatro anos, o Senai elabora o Mapa do Trabalho Industrial, que aponta as áreas que mais vão demandar profissionais em cada estado do país. Os estudos embasam a oferta dos cursos e os currículos.
Apesar do tímido número de matrículas, o Brasil se destaca em competições internacionais. Na WorldSkills, olimpíada internacional de profissões técnicas com cerca de 60 países, a equipe do SENAI ficou em primeiro lugar na edição de 2015 e, em terceiro, em 2019.
Atualmente, a indústria é responsável por 21% do PIB brasileiro e 20,4% do emprego formal. E o futuro é promissor. A Meta 11 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que, até 2024, o Brasil deverá ter 5,22 milhões de vagas da educação profissional técnica de nível médio, sendo pelo menos 50% no segmento público. Em 2019, havia apenas 1,87 milhão de matrículas e 14,5% da rede pública.
Para formar o profissional do futuro, o Senai aposta em atividades teóricas e práticas e na convivência com as empresas. É o conhecimento aliado às experiências que garantem índices que chegam a até 85% de empregabilidade entre os egressos – nos casos dos cursos de graduação do Senai. A indústria, assim como a educação, está em acelerado processo de transformação e precisa, cada vez mais, de profissionais capacitados para trabalhar com as novas tecnologias.
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