A inteligência artificial IA) está transformando o mercado de trabalho. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM), divulgado em setembro do ano passado, 58 milhões de novos empregos vão ser gerados até o ano de 2025, em decorrência da automatização da indústria. O cenário local acompanha os passos mundiais e os considerados “profissionais do futuro” já fazem parte do mercado do Estado.
Com o avanço da inteligência artificial nos processos de produção industrial, profissões estão mudando de perfil e outras estão surgindo, especialmente aquelas relacionadas diretamente aos algoritmos que conferem “inteligência” às máquinas: “Eu costumo dizer que há
três níveis que vão construir esses algoritmos; o primeiro ficam os estatísticos, matemáticos e profissionais ligados a computação, que são as ciências e as engenharias. Eles que vão participar diretamente da construção dessas ferramentas”, explica o especialista em IA da Cesar School, João Paulo Magalhães.
Apesar de não participarem diretamente do processo de criação, outras atividades estão sendo reformuladas pela Indústria 4.0. Os especialistas as classificam em outros dois grupos: “No segundo nível; estão os profissionais que vão processar esses dados, que não necessariamente precisam saber criar esses algoritmos. Esses, novamente, são das áreas de matemática, estatística e computação. E o terceiro nível, está todo mundo, já que todos nós vamos lidar com novas máquinas, aplicativos e outras tecnologias”, afirma.
Para João Paulo, a qualificação é fundamental para se adequar ao novo cenário. De acordo com ele, o caminho vai ser mais difícil para quem resistir à tecnologia e às novas ferramentas. “Antes, quando uma pessoa fazia faculdade, passava cinco ou dez anos para cursar uma especialização.Hoje, um profissional deve estar atento a atualizações, novas demandas e, principalmente, aberto para o aprendizado constante”, enfatiza.
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Um exemplo é o CEO da Pickcells, Paulo Melo. Formado em administração, ele é um dos quatro sócios da startup incubada pelo Porto Digital. “Trabalhamos com inteligência artificial na área de exames de análises clínicas e patológicas. Nosso equipamento tira fotos nesse processo e agiliza as análises desses exames, identificando e quantificando os objetos que antes era feito com microscópio”, conta Paulo.
Segundo ele, a IA permite que a empresa trabalhe com apenas 11 pessoas, aumentando a produtividade. “É importante colocar na cabeça que ela vai demandar multidisciplinaridade. A gente tem biomédica aqui que lida muito bem com a equipe de tecnologia. Eu sou um exemplo também, já que sou administrador”, completa.
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