Indústria 4.0 reformula mercado e exige novo perfil profissional

Por: Repórter Diário      04/01/2019 

As mudanças promovidas por tecnologias presentes na indústria 4.0, como inteligência artificial, impressão 3D, robótica, realidade virtual e computação em nuvem, trazem novas necessidades e perspectivas ao mercado de trabalho. A nova demanda afeta pelo menos 60% dos empregos formais, que possivelmente serão substituídos por novas atividades profissionais ofertadas por empresas.

 

No Brasil, instituições como IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e EMBRAPII (Epresa Brasileira de Pesquisa e Inovação) já apresentam em seus relatórios e estudos a necessidade de formação profissional dentro das áreas de conhecimento, que poderão atuar em novas atividades no mercado. Neste sentido a importância da contribuição das universidades em formarem profissionais capacitados a atuarem no contexto da indústria 4.0

É o que mostra o estudo da quinta Carta de Conjuntura, divulgada pelo Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano), assinado pela doutoranda e pesquisadora Maria do Socorro Souza.

 

Fora os cursos tecnólogos – que não foram abordados na pesquisa – as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires, concentram o maior número de cursos que capacitam os profissionais para a tecnologia avançada. A expectativa, em um horizonte próximo, é que novas profissões sejam criadas dentro deste novo cenário.

 

De acordo com a pesquisadora, é importante que “as cidades que concentram maior número de empresas relacionadas ao setor industrial, possuam em suas proximidades Universidades que preparem o público para a nova demanda”. No ABC, entre as faculdades que contribuem para atualização dos estudantes estão Anhanguera (Santo André), Centro Universitário FEI, Faculdade de São Bernardo do Campo – FASB, Fundação Santo André, Instituto Mauá de Tecnologia, Metodista, Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Universidade Brasil (Ribeirão Pires). Em sua maioria, ofertam cursos ligados a Engenharia e Tecnologia da Informação.


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A tendência, de acordo com a professora, é que a automatização alcance todos os setores da economia, e apesar do auxílio de consultorias, o novo modelo exigirá profissionais atualizados no mercado de trabalho. “A indústria 4.0 veio para ficar. Por isso é necessário se manter atualizado, acompanhar os avanços, para não ficar para trás”, orienta. Iniciativas educacionais para requalificação serão essenciais para sobrevivência dos funcionários, mas também exigem ensino de qualidade. “Antes de se pensar em criar mais universidades, devemos oferecer ensino de qualidade, com grades curriculares atualizadas e que favoreçam qualidade profissional que atenda as necessidades das empresas”, explica ao dizer ainda que preparar os profissionais para o mercado ainda é um desafio que se propagará nos próximos anos.

Um dos principais artifícios já utilizados no contexto da indústria 4.0 por empresas da região é a impressora 3D, que possui apenas 1.258 profissionais aptos para a nova tecnologia. Foi o que evidenciou pesquisa realizada pela especialista para o Conjuscs. Entre os profissionais aptos para o uso da ferramenta estão os que atuam em Engenharias de mecatrônica, controle e automação, química, materiais e produção. “Estes resultados ainda são tímidos se compararmos por exemplo com o exterior”, explicou Maria do Socorro, que pesquisa a reestruturação de fábricas e universidades do ABC. “O ideal é que empresas e universidades construam planos estratégicos de médio e longo prazo para atenderem as novas exigências e necessidades impostas pela indústria 4.0”, acrescenta.

 

 

 

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