Algumas tecnologias podem ser consideradas habilitadoras da Indústria 4.0, como Machine Learning, Big Data, Computação em Nuvem, Sensores e Internet das Coisas. Todas elas têm em comum a utilização de dados nos seus processos: desde as que originam as informações, passando pelas que as armazenam e chegando nas que processam os dados.
Acontece que nem sempre esses dados seguem um padrão, fazendo com que, muitas vezes, eles dificultem mais o processo do que levem inteligência às fábricas. Isso porque, se os diferentes softwares não gerarem dados que se conversem, estes ficam presos em silos e precisam de um retrabalho para gerar a integração que leva a automatização de processos.
Um artigo da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) propõe que esse problema seja resolvido com o uso da tecnologia de gêmeos digitais. A partir de uma solução em nuvem e digital, os pesquisadores propuseram um modelo de interoperabilidade para o intercâmbio de informações.
Padronização de dados
Para resolver o problema de falta de padronização nos dados das diferentes soluções e equipamentos utilizados pelas indústrias, foi criado o conceito de Asset Administration Shell (AAS). De acordo com o artigo, esse padrão “reúne todas as informações de um equipamento, desde a fase do projeto até os dados de operação em uma representação virtual padronizada de um ativo físico”. Assim, sistemas e equipamentos de diferentes gerações ou fabricantes conseguem “conversar”.
Gêmeo digital e interoperabilidade
O artigo propõe o uso de um gêmeo digital para padronizar a troca de informações entre equipamentos. Assim, o produto digitalizado gera dados dentro de um padrão pré-estabelecido que podem ser trocados com outras informações relevantes para a operação da indústria.
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Dessa forma, hardwares e softwares podem conversar entre si dentro de sistemas na nuvem, trazendo os insights necessários para otimizar todo o processo. A comunicação de todos os componentes desse ecossistema - gêmeo digital, sensores, hardwares, entre outros - devem obedecer protocolos que consigam se comunicar entre si, integrar os dados e ainda garantir sua segurança.
Com o uso dessas e outras técnicas que foram descritas no artigo, foi possível “atingir o objetivo de listar os ativos de forma padronizada, tornando uma interface de troca de dados homogênea e simples para uma implantação da indústria 4.0”.
O caso de estudo pode servir de base para estruturação de gêmeos digitais para interoperabilidade de sistemas em diferentes indústrias. Utilizando a lógica e os protocolos explicados no artigo é possível trazer a realidade da integração para plantas de diferentes complexidades.
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