Parece meio estranho falarmos sobre alimentos e manufatura aditiva, né? Mas vamos a um exemplo passo a passo de como eles podem ter semelhança.
A comparação
Se formos analisar a cadeia de suprimentos de um produtor rural até a nossa casa, poderíamos passar pelo fluxo abaixo:
Entre o produtor e o consumidor final muita coisa ocorre, como:
- Perda de alimento no transporte;
- Diminuição da validade do alimento durante o transporte;
- Demora na reposição de estoques, uma vez que possa ter um retardo no efeito de puxar a produção.
Sei que se passaram quase 20 anos do programa “Fome Zero”, mas um dos pilares era garantir que o alimento que estivesse nos distribuidores locais e a ponto de estragar antes de chegar ao seu destino fosse distribuído à população vulnerável. Para termos ideia, vamos a alguns dados do site eCycle:
No Brasil, grande parte do desperdício de alimentos acontece durante o manuseio e logística da produção: na colheita, o desperdício é de 10%. Durante o transporte e armazenamento, a cifra é de 30%. No comércio e no varejo, a perda é de 50%, enquanto nos domicílios 10% vai para o lixo.
Alguns dos links de apoio a essa informação:
- Link "Desperdício de alimentos: causas e prejuízos econômicos e ambientais"
- Link "Brasil desperdiça 30% de sua produção, mas tem 13 milhões de pessoas que passam fome"
Fazendas verticais
Para otimizar o processo, existem iniciativas, como as fazendas verticais, onde em pequenos espaços em centros urbanos são cultivados alimentos com tecnologia, inclusive com simulação artificial de luz solar.
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Com uma única unidade de área plantada, pode-se fazer uso de diversos níveis de plantação de alimentos, conforme ilustrado acima. Em grandes centros urbanos, existem iniciativas para a montagem de pequenas fazendas em restaurantes, condomínios, escolas ou semelhantes.
Existem desvantagens no processo:
- O custo de manutenção do sistema;
- A mão de obra tende a ser mais cara;
- Custos de gerenciamento da locação;
- Custos de energia elétrica para manutenção da automação.
Porém existem as vantagens:
- Controle da uniformidade da produção;
- Proximidade do produtor com o consumidor, às vezes sendo as mesmas pessoas;
- Menos desperdício em múltiplas etapas do processo;
- Sem ataques de insetos, uma vez que são ambientes fechados e controlados;
- Sem uso de agrotóxicos.
Se trata de uma disrupção, uma vez que falamos de eliminar muitas etapas do processo produtivo. Isso também ocorre quando falamos da cadeia com a manufatura aditiva.
Manufatura aditiva
O exemplo da mudança de paradigmas na aplicação de manufatura aditiva com o relatado acima pode ser visto no filme live action do Sonic, mesmo que a representação não seja tão condizente com a realidade:
Nele vemos o Robotinik, interpretado pelo Jim Carrey, usando a uma impressora Desktop real, uma da Markforged. Se trata de um equipamento que cabe em pequenos ambientes de trabalho que podem gerar peças, dispositivos ou protótipos.
Se trata do método mais acessível financeiramente? Depende de uma série de fatores como tamanho dos lotes, tempo de entrega dos itens, tempo de produção, tamanho dos componentes. Porém a manufatura aditiva proporciona muitos atalhos de processos de cadeia logística que as fazendas verticais nos proporcionam.
Abaixo um outro exemplo, onde o usuário faz o unboxing de uma impressora e cria peças funcionais:
Conclusão
Esse post traz muito mais um paralelo onde coisas rotineiras estão se transformando, tal qual a produção industrial como a produção de alimentos. Saber analisá-las se torna útil para conhecimento assim como para prever mudanças em diversos setores a médio ou longo prazo.
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