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Uma pandemia que intensificará o RPA. Mas e se o robô parar?

Por: Victor Tubino      23/07/2020

Há um movimento exponencial em diversas empresas pela busca da Transformação Digital. Uma delas é o RPA (do inglês, Robotic Process Automation), que promove automatização de processos por meio de robôs.

A tecnologia ganhou força após a pandemia da Covid-19 porque digitaliza atividades realizadas por humanos, garantindo, desta forma, o distanciamento social para combater o avanço do Coronavírus sem que seja comprometida a manutenção dos serviços prestados pelas empresas.

Um estudo global feito pela Protiviti com a colaboração da ESI ThoughtLab dá corpo à tendência do RPA ao apontar que companhias dos Estados Unidos e de alguns países da Europa deverão investir significativamente em projetos para a implementação desta tecnologia.

Em empresas de grande porte, o investimento deve chegar até US$ 20 milhões, enquanto às de médio porte ficará em cerca de US$ 5 milhões. A previsão ocorreu antes da pandemia, ou seja, esses números devem ser elevados em função da demanda por este modelo de tecnologia após percebemos a necessidade de automação nos momentos de crise. De certo, este aporte será essencial para melhorar a competividade das empresas, a produtividade dos funcionários e dar maior agilidade nas atividades rotineiras.

No Brasil, apesar do uso de robôs ainda estar em fase inicial, já é possível vislumbrar pequenos esforços das empresas ao incluírem mão de obra robótica em demandas do dia a dia, como conciliação contábil, diligência de fornecedores e clientes, análises básicas de cadastro e agendamentos de reservas.

Mas frente ao crescente cenário de expectativas em relação ao uso do RPA, que deve ampliar pós- pandemia, é necessário fazer uma pergunta fundamental: e se o robô parar?

A indagação ajuda a refletir não só a atual dependência robótica vivenciada no mundo corporativo, mas, principalmente, traz uma reflexão dos impactos financeiros, operacionais e de imagem causados por um possível bug do robô.


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Para não ficarmos nas mãos dos robôs, avalie os aspectos abaixo ainda na fase de implementação.

  • A criticidade da parada das atividades do robô para o negócio - são críticas ou há uma tolerância?
  • Há alertas para identificação de possíveis paradas do robô? Quais e como serão acionados?
  • Há ações de contingência para as atividades do robô? Se sim, quem sabe executá-las?
  • As etapas dos processos de execução e da implementação estão documentadas e é possível obter rapidamente esta informação?
  • Há planos de recuperação dos sistemas e dos robôs para sua retomada? Os processos automatizados estão incorporados neste plano?
  • Essa parada pode afetar minha relação com os clientes? Se sim, como serão afetados?
  • Tenho pessoas preparadas para gerenciar uma crise corporativa?

Todas essas perguntas são essenciais para situações de Gestão de Continuidade de Negócios (GCN), tornando a empresa, além de tecnológica, também resiliente para responder a situações adversas rapidamente.

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Victor Tubino

Gerente Sênior da Prática de Riscos e Performance na ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados.