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Integração entre Sistemas na Indústria 4.0

Por: Gabriela Pederneiras      31/03/2019

Um dos conceitos da indústria 4.0 é ter uma maior integração entre os processos  e setores das fábricas trocando informação de maneira mais rápida e eficiente para a tomada de decisão mais veloz a fim de aumentar a produtividade, diminuir perdas, otimizar recursos e levar a transformação digital para dentro das indústrias.

Cada processo da dinâmica fabril gera e é abastecido com dados. Em um ambiente sem integração, existe o trabalho de captar todas as informações geradas por uma etapa do processo de manufatura e abastecer a próxima, isso é feito muitas vezes de forma manual, ineficiente e analógica. A falta de sistemas integrados faz com que, também, os níveis de gestão tenham um trabalho muito maior em analisar se o que está sendo fabricado realmente condiz com a demanda recebida e se os fornecedores e distribuidores estão alinhados com esta produção.

Como os processos são diversos e envolvem diferentes agentes em uma fábrica,  o conceito de integração alinhado à indústria 4.0 foi dividido em integração horizontal e integração vertical. O primeiro diz respeito à toda cadeia produtiva: desde fornecedores até os clientes. Já o segundo, integra as funções a serem desenvolvidas dentro da fábrica.

Para alcançar os melhores resultados, ainda deve haver a interação entre as integrações verticais e horizontais para unir processos e otimizar a produção como um todo.

Integração Horizontal

Este tipo de integração conecta todos os setores (e seus respectivos sistemas) da cadeia produtiva de uma determinada indústria. Desde a análise de mercado, gerenciamento de fornecedores, até a produção, logística e distribuição, a integração horizontal ajuda os setores a trabalharem com mais harmonia e sincronização, otimizando recursos ao passo que também integra análises de mercado ao processo fabril.


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Além disso, com o controle de entrega e monitoramento de distribuição, é possível ter certeza do cumprimento dos prazos e também gerar dados para prever entregas mais precisas. Essas características todas ajudam a gerar valor para o cliente ao passo que o processo industrial fica mais organizado, imprimindo maior qualidade ao produto e cumprimento de contratos.

Para a fábrica, a integração representa sincronia, diminuição de perdas, consequentemente uma economia de recursos à medida que a demanda dos fornecedores é ajustada à demanda dos clientes, sem desperdícios durante o processo. Além disso, a maior qualidade dos produtos representa um nível menor de devolução e aumenta o índice de confiança do consumidor para com a fábrica, o que gera fidelização do cliente.

Integração Vertical

Para a transição da informação entre todos os níveis hierárquicos de uma empresa a Indústria 4.0 abraça o conceito de integração vertical. No chão de fábrica, ela começa na sensorização de máquinas e linhas; as informações destes sensores se integram no nível de controle, que envolve máquinas e sistemas, como o CLP - Controlador Logístico Programável; no nível de produção, integra monitoramento, controle e supervisão - geralmente o software usado é um SCADA; no nível operacional engloba planejamento, gestão de qualidade e da eficiência dos equipamentos por meio de um sistema MES; e já no nível de gestão corporativa usa o ERP para fazer a gestão de pedidos, planejamento e gerenciamentos dos processos.

A integração vertical prevê a conexão dos sistemas específicos usados em cada uma destas etapas, conectando os dados, fazendo a influência fluir entre todos os níveis hierárquicos de maneira mais rápida e eficiente, diminuindo o tempo para tomada de decisão e melhorando o processo de gestão industrial. Assim é possível manter a produtividade em um nível elevado, olhar para as máquinas e monitorar o seu ciclo de vida, além de acompanhar a produção em tempo real.

Além dos sistemas elencados, na indústria ainda é muito comum o uso de PLM, um sistema que controla o registro dos produtos em todos os seus estágios de desenvolvimento,  desde o conceito até a produção.

A interação entre sistemas ERP e MES, por exemplo, conecta a gestão corporativa com a gestão industrial, onde são contabilizadas informações de quantidades de produção boa, produção descartada, nível de desempenho ao mesmo tempo que  conecta informações de gerenciamento em tempo real para alinhar cronogramas de produção.

Outra integração vertical possível é entre o MES e o PLM. Esta aumenta a velocidade do ciclo de um produto, ao passo que o PLM alimenta o MES com dados sobre materiais necessários para a produção, dispensando a análise feita à mão suscetível a erros.

Tecnologia à favor da integração

O processo integrado, portanto, permite que os sistemas naturais das fábricas conversem entre si para formar um fluxo de informações mais inteligente e que resulte em melhores produtos. Para isso, algumas tecnologias precisam fazer parte do processo, como:

  • Big data e análise de dados;
  • Robôs;
  • Internet das Coisas;
  • Cloud;
  • Manufatura aditiva.

Ao passo que os sistemas usam estas tecnologias para se conectar entre si e otimizar o processo de fabricação, algumas funções antes exercidas por humanos serão aprimoradas pelas máquinas. Por um lado, isso fornece maior precisão na transferência de informações, por outro, faz com que o profissional que antes exercia essa função, precise se capacitar para controlar os sistemas integrados e garantir que o fluxo de informação esteja adequado.

Na indústria 4.0 a tecnologia consegue imprimir mais inteligência e precisão nos processos fabris, por meio da integração de todas as suas pontas. Mas olhar para tudo isso e questionar como melhorar ainda mais este processo só pode ser pensado pela mente humana. Além da integração das máquinas e processos, deve existir também uma conexão de ideias para gerar resultados cada vez melhores.

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Gabriela Pederneiras

Gabriela Pederneiras

Jornalista | Assessora de imprensa | Redatora