Brasil e Paraguai assinam acordo de comércio automotivo

Lado paraguaio vai taxar peças e veículos brasileiros de 0 a 2% até 2022; na mão contrária as importações serão livres de impostos

Brasil e Paraguai assinaram na terça-feira, 11, o acordo de comércio automotivo que havia sido negociado entre os dois países em dezembro passado, durante a Cúpula do Mercosul. Ficou estabelecido que no lado paraguaio autopeças e veículos brasileiros vão pagar alíquota de importação de 0% a 2%, que serão gradualmente zeradas até 2022. Na mão contrária, do lado de cá da fronteira, já vigora o livre comércio para componentes importados do país vizinho, que ficam isentos de impostos aduaneiros.

Com mais este acordo, o governo brasileiro completa as negociações sobre comércio automotivo entre os sócios do Mercosul. Em outubro passado o Brasil assinou com a Argentina um novo acordo comercial automotivo, que estende o sistema de cotas entre os dois países até 2029, quando passa a vigorar o livre comércio. O entendimento com o Uruguai foi fixado em 2015 e não tem prazo de validade: prevê o livre comércio de veículos e autopeças com índice mínimo de conteúdo regional de 55% para os produtos brasileiros e de 50% para os uruguaios.

O comércio de veículos e autopeças entre Brasil e Paraguai é baixo, mas com amplo superávit para o lado brasileiro. No ano passado foram exportados US$ 415 milhões em produtos automotivos aos paraguaios, que na mão contrária importaram US$ 235 milhões de empresas brasileiras. Segundo o Ministério da Economia, a corrente comercial automotiva entre os dois países vem aumentando, com elevação de exportações de veículos brasileiros e importação de componentes do país vizinho – principalmente de chicotes elétricos, devido a empresas que decidiram instalar fábricas no Paraguai para aproveitar os custos tributários e trabalhistas menores.