Ford chega a 500 mil peças feitas em impressoras 3D

Montadora avalia a fabricação de componentes metálicos.

A impressão 3D ganha destaque em aplicações na indústria automobilística. É o que indica a Ford, ao completar a produção de 500 mil peças de protótipos com o emprego da nova técnica, que permite abreviar em meses a criação de componentes utilizados em veículos, como cabeçotes, coletores de admissão e entradas de ar. Exemplos recentes da aplicação da tecnologia foram o desenvolvimento da cobertura do motor do novo Mustang; suportes os suportes do rotor, coberturas da transmissão e dos amortecedores do Fusion Hybrid; o motor EcoBoost 2.0 do Novo Fusion; e os coletores de escape do motor EcoBoost 3.5 da F-150. 
 
Paul Susalla, supervisor de manufatura rápida da Ford, explica que utilizando métodos tradicionais um engenheiro, depois de criar o modelo computacional de um coletor de admissão, teria de esperar quatro meses pela produção de um protótipo, ao custo de US$ 500 mil. Com a impressão 3D, a montadora pode imprimir a mesma peça em quatro dias, incluindo múltiplas interações e ferramentais, a um custo de apenas US$ 3 mil. 
 
A Ford avalia agora a impressão em 3D de peças de metal. "Essa tecnologia oferece um imenso retorno para toda a indústria de manufatura", diz Bill Russo, diretor global de engenharia e manufatura de powertrain. 
 
A impressão 3D trabalha com a superposição de finas camadas de plástico, areia ou outro material, juntando-as para criar a peça final tridimensional. A Ford considera que a técnica não é rápida o suficiente para uso na manufatura de alto volume, mas é ideal para peças de teste, ou aplicação em produtos de nicho, que passam por mudanças frequentes de desenvolvimento. 
 
Roland: mercado quadruplica em dez anos
 
A Roland Berger assegura que a fabricação de objetos tridimensionais por meio de impressoras 3D estará, em breve, pronta para a produção em série. Segundo a consultoria, em 2012 o mercado mundial da chamada fabricação aditiva chegou a € 1,7 bilhão, dos quais 10% referem-se a estruturas metálicas. 
 
Pesquisa conduzida pela empresa, com o título “Fabricação aditiva – O ponto de mudança para a indústria de transformação?”, indica que as vendas proporcionadas pela nova tecnologia devem quadruplicar nos próximos dez anos, com a redução drástica de custos. 
 
Martin Eisenhut, sócio da Roland Berger, afirma que o uso de impressoras 3D traz grande potencial para a produção de peças metálicas, como bicos injetores, inserções de ferramentas e próteses. O executivo revela que o mercado de impressão em 3D de estruturas metálicas ainda está na fase inicial. “O total de vendas globais de fabricação aditiva representa apenas 1% das vendas no setor de máquinas e ferramentas. No entanto, esse setor vai crescer vigorosamente nos próximos anos”, observa.

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